fevereiro 15, 2007
Dou um pontapé nestas árvores de carne e folhas.
Mas esperem!
A palavra árvore não é uma árvore,
momento de sombra,
nem a palavra sol queima a pele das mãos.
e até hoje nunca vi voar a palavra rouxinol.
Ah! Se eu pudesse colar no papel o canto dos pássaros,
o esfarrapar concreto do canto verdadeiro dos pássaros,
e esta mão de sol que cria a invenção das flores.
Mas não.
Sempre as mesmas palavras,
com alçapões de bruma.
Sempre esta resignação à Poesia
com pontes mágicas para coisa nenhuma.
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1 comentário:
"a palavra escrita ensinou-me a escutar a voz humana"
Marguerite Yourcenar
a verdade é que uma palavra alberga em si inumeras possibilidades de sons e vida.
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