abril 27, 2006

risco teu, risco Meu



Dá-me ar
Dá-me espaço para respirar
Dá-me tempo para sofrer
Quero alcool para comer
Quero um muro para espancar
Até doer...

Dá-me ar
Quero vento para tentar
Quero luz só para me ver
Quero ferro para trincar
Quero olhar de frente o sol
Até queimar...

Dá-me ar...

Quero mais
Quero um trono para perder
Quero um quarto para gritar
Quero gente para roer
Quero um mundo para puxar
Até morrer...

Dá-me mais
Quero terra para comer
Quero Deuses para lutar
que o mais fácil é perder
que difícil é pensar
em acordar...

Dá-me ar...

Dou-te cor
Dou-te vidas para cantar
Dou-te raiva para dançar
por cima do que é meu
Dá-me ar.


Toranja




o desenho (ou os riscos, como lhe queiram chamar), é
meu.




1 comentário:

José Borges disse...

Acredites ou não, quando vi o quadro pensei que fosse um POllock, só quando li no fim é que percebi que a autoria era tua.
Só não vale tanto porque nao crias nada de novo. Mas mesmo assim, não é fácil criar a sensação e harmonia entre os "riscos".